No Dia Mundial dos Animais, um alerta: mais de 10 milhões de gatos estão em situação de abandono no Brasil

Apesar do aumento no número de felinos nos lares brasileiros, que chegou a 30 milhões em 2024, grande parte enfrenta os perigos da rua ou aguarda a adoção

Quem nunca pensou em adotar um pet para fazer companhia para si ou para outro animal da casa, cuidar do lar ou até mesmo para trazer alegria? Em 4 de outubro, comemoramos o Dia Mundial dos Animais e, no Brasil, os gatos passaram a dominar os lares e se tornaram preferência quando o assunto é animal de estimação. De acordo com o Instituto Pet Brasil (IPB), houve um aumento de 5,4% no número de felinos nas casas brasileiras entre 2022 e 2024, passando de 29,2 milhões para mais de 30 milhões de gatos acolhidos em lares.

Para Adriana Tschernev, diretora-executiva da ONG Confraria dos Miados e Latidos, diversos fatores explicam o aumento, entre eles o estilo de vida urbano. “As pessoas têm mais dificuldades em manter cães de maior porte em apartamentos, além de demandarem o compromisso de sair de casa. Já com os gatos, o tamanho não importa: se o ambiente for enriquecido para eles, estarão felizes sem demandar nenhum passeio. O fato de ficarem melhor quando sozinhos no período do dia em que as pessoas trabalham fora também pode contribuir, uma vez que os gatos toleram melhor do que os cães a breve ausência dos tutores”.

O enriquecimento ambiental é uma das principais preocupações a que os tutores devem se atentar ao adotar um gato, além das necessidades mais básicas, como ter uma casa telada e não deixar o animal acessar a rua. Segundo Adriana, o ambiente deve oferecer opções para que o gato exerça as ações que mais gosta de fazer: brincar, caçar, arranhar e dormir, uma vez que a falta disso gera gatos obesos, frustrados e até adoecidos pelo estresse.

Adoção de gatos traz benefícios para tutores

Ao adotar um gato, a vida do felino muda completamente e de forma imensurável. Dados indicam que um gato sem acesso à rua vive, em média, 15 anos; já os que dão a famosa “voltinha”, ou até mesmo não possuem lares fixos, têm a expectativa de vida mais baixa e chegam, em média, a apenas cinco anos. Os perigos são os mais diversos, como brigas, atropelamento, envenenamento, machucados e até doenças sérias, como a FIV, a FeLV e a esporotricose.

Estudos recentes apontam que, além dos benefícios que o gatinho ganha com a vida nova, quando o humano abraça e interage com o gato, os níveis de oxitocina, o chamado “hormônio do amor”, aumentam em ambos os cérebros. A substância neuroquímica liberada é a mesma que surge quando uma mãe embala seu bebê ou quando amigos se abraçam. A sensação de confiança e afeto é gerada.

Dizem que ter gato vicia e que “quem tem um, tem dois ou mais”. Isso aconteceu com Ingrid Lima de Melo, que adotou uma gata da ONG Confraria dos Miados e Latidos. “Decidi adotar a Alice sem planejamento prévio. Estávamos já pensando e decididos em pegar mais um gato, pois eu e meu marido moramos em um apartamento com outro gato, e é aquela coisa: ‘preciso dar um gato pro meu gato’, porque na nossa rotina agitada acabamos ficando a maior parte do tempo na rua e ele já estava dando um show quando tínhamos que sair”.

O único planejamento era em relação à adaptação da nova integrante da família. “Só tínhamos pensado em uma coisa, iríamos adotar próximo às férias do meu marido para que pudéssemos iniciar a adaptação gradual e da maneira mais correta possível. Cerca de 15 dias antes de ele entrar em recesso, passamos em uma loja de artigos pet despretensiosamente para comprar areia, mas fomos olhar os gatinhos e nos apaixonamos por Alice Kaya. O perfil dela era todo perfeitinho pra nós”, conta Ingrid.

População de desabrigados chega a 10 milhões

Apesar do crescimento de felinos adotados — e tendência de aumento contínuo —, o número de gatos em situação de abandono é de 10 milhões, com apenas 7.400 abrigados em ONGs ou locais mantidos pelo poder público, de acordo com a pesquisa Índice de Abandono Animal. “Eu vejo um futuro próximo em que as pessoas possam compreender melhor os gatos e lhes oferecer um ambiente previsível e que eles possam controlar, com uma oferta adequada tanto de alimentos quanto de interação e atenção”, afirma a diretora-executiva da ONG Confraria dos Miados e Latidos.

Desde 2007, a organização trabalha promovendo o bem-estar e qualidade de vida dos gatos, mas foi em 2025 que viram a necessidade de expandir a estrutura por conta do aumento de adoções e pedidos de resgate. Para resolver o problema, a solução foi iniciar a construção do Castelo dos Miados, um lugar que unifica abrigo, clínica de atendimento interno e ao público e o setor administrativo.

“A capacidade de acolhimento é de mais de 200 gatos, o que representa três vezes mais vagas de admissão inicial, o dobro de vagas na maternidade e 40% mais vagas de internação para animais com doenças infectocontagiosas. O resultado disso serão ainda mais animais fora das ruas e em seus lares definitivos”, explica Adriana.

Apoie a Confraria ou adote um felino!

Para que o sonho do novo espaço seja concluído, a ONG convida apoiadores a se tornarem parte da Corte do Castelo com a compra de cotas de apoio. O espaço possui visitação guiada aos finais de semana e atividades permanentes como home office com gatos, por R$ 35 o período de 08 horas, sessões de meditação ao lado de felinos FeLV+ e aulas de yoga nos ambientes onde os animais aguardam adoção, experiências que promovem o bem-estar humano e contribuem para a socialização dos gatinhos.

A quem quiser doar e fazer parte da Corte, as cotas, que começam em R$ 50, oferecem diferentes recompensas e contrapartidas simbólicas, como títulos de nobreza para os pets da família, camisetas exclusivas, tours personalizados e até acesso às câmeras de monitoramento da ala dos filhotes. Faça parte da campanha: https://doa.re/hCTt.

Para quem quiser contribuir adotando um felino, acesse https://www.miadoselatidos.org.br/gatos-para-adocao. Todos os animais são castrados, microchipados, vacinados e testados para FIV e FeLV, e, ao adotar, o novo tutor recebe uma pasta contendo todo o histórico médico do gatinho.

Sobre a Confraria dos Miados e Latidos

A ONG atua com excelência e profissionalismo na proteção animal desde 2007, tendo viabilizado nesse período a adoção responsável de mais de 5 mil animais e a castração de mais de 16 mil. Seu trabalho é focado na castração, como um dos pilares fundamentais da Saúde Única (saúde animal-humana-ambiental), no resgate e adoção responsável e na produção de conteúdo educativo para o público em geral.

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